“O mérito não consiste em fazer nem em dar muito, mas antes em receber, em amar muito!” Santa Teresinha do Menino Jesus
A Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Teresinha completa
hoje 70 anos de sua organização oficial como instituto religioso feminina, de
direito pontíficio e que surgiu no Brasil em uma comunidade organizada ainda
pequena no dia 19 de março de 1948, dia de São José, na cidade de Ourém, no
Nordeste do Pará. O objetivo da congregação segue em atender às necessidades da
Igreja na região amazônica, em suas ações e trabalhos pastorais, que ainda hoje
carece de agentes e religiosos.
Foto 01: Escudo das Irmãs
Missionárias de Santa Teresinha. Fonte:
Missionárias.
A congregação foi uma idealização do missionário italiano Dom Eliseu Maria Coroli (1900-1982), sacerdote da ordem dos Clérigos Regulares de São Paulo, os padres Barnabitas, primeiro bispo da então Prelazia do Guamá (hoje Diocese de Bragança do Pará). O bispo já tinha à época, na década de 1940, o apoio de outras religiosas femininas provenientes da Itália que foram suas primeiras auxiliares, as Irmãs do Preciosíssimo Sangue.
Mesmo assim, Coroli quis ter a sua própria congregação. O propósito da criação desta nova ordem ou congregação feminina era o de ajudar os sacerdotes no trabalho pastoral e dar testemunho da alegria cristã pela Ressurreição de Jesus. Desses objetivos, resultou a formação de um carisma particular, criado por Dom Eliseu Coroli: “Ajuda à Igreja no sacerdócio ministerial dos padres e o Apostolado da Alegria”.
As primeiras missionárias indicadas por Dom Eliseu Coroli foram as jovens Edith Almeida de Sousa (bragantina e professora da primeira turma de Normalistas do Instituto Santa Teresinha, de 1943) e Ângela Rigamonti (italiana, que vinha a ser parente de Dom Miguel Maria Giambelli), que foram levadas pelo próprio fundador e alojadas em sua primeira comunidade na cidade de Ourém.
A congregação desenvolve atividades na área de Educação, Saúde, Assistência Social e Espiritualidade. Com sua constituição oficial em 25 de março de 1954, Dom Eliseu Coroli mostrava-se atento às necessidades de se ter colaboradoras para a missão pastoral e episcopal na região da Amazônia paraense. A congregação tem sede em Bragança, na Casa Geral, tendo como Superiora Geral a Ir. Margarida Pantoja da Silva, eleita em 13 de janeiuro de 2020. Já estão instaladas em diversas residências no Brasil e no exterior, com destaque às missões na Itália e na África.
As Missionárias de Santa Teresinha contam com 31 (trinta e uma)
comunidades, como segue:
a) 01 (uma) na Itália, em Roma;
b) 04 (três) em Angola, em Luanda e Malange;
c) 20 (vinte) no Pará;
d) 06 (seis) distribuídas em 05 (cinco) estados brasileiros, sendo 01 (uma) em Fortaleza (CE), 02 (duas) em Brasília (DF), 01 (uma) em Bom Despacho (MG), 01 (uma) em Macapá (AP) e 01 (uma) em Bonfim (RO).
Segundo os dados de sua Secretaria Geral, a congregação conta com 134 (cento e trinta e quatro) irmãs, sendo 04 (quatro) noviças, 10 (dez) irmãs de votos temporárias e 120 (cento e vinte) irmãs de votos perpétuos.
Desde 2022, pelos esforços da congregação e de um grupo de pessoas e instituições parceiras, as Missionárias de Santa Teresinha vêm trabalhando a formação de suas religiosas em vários aspectos como a história da congregação, a celebração de seu reconhecimento de Direito Pontifício (de 1982), o 40 anos de sua instalação na Itália, a sua expansão a outras dioceses e o ano jubilar de seus 70 anos de organização oficial.
Segundo o registro dedicado a Dom Eliseu Maria Coroli, em texto
de Ir. Maria de Fátima Tavares, no Diretório das Missionárias de Santa
Teresinha, o fundador enfatizou este momento histórico:
“Importante, para que a Missionária dê mais valor a este
apostolado, nos misteres mais humildes, fica registrado neste Diretório esta
coincidência singular: No dia dezenove de março de mil novecentos e quarenta e
oito, foi lançada em Ourém, a sementinha da qual brotou a Congregação. Na noite
desse mesmo dia, Irmã Edith tomou conta de todos os serviços caseiros do padre
vigário de Ourém.
E assim fizeram todas as Missionárias, em todas as casas dos
padres barnabitas da Prelazia, durante muitos anos: tudo de bom coração, sem
receberem nenhum pagamento. E assim continuaram, durante anos, enquanto os
padres precisaram. Assim começou o Patrimônio Espiritual da nossa Família
Religiosa.
Foi um começo esplêndido realizando o desejo de dois Papas.
Que a Congregação sempre ame e realize este belo apostolado,
onde puder”.
O 70º Aniversário da Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Teresinha, hoje, marca uma página da memória da vida religiosa bragantina, das muitas mulheres que assumiram esse caminhar ao lado de Dom Eliseu e seus sucessores, na condução da fé católica em vários setores pastorais, na missão no Brasil e além-fronteiras e na adminstração de diversas obras, junto com o Apostolado da Alegria, marco de sua vida consagrada.
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Dário Benedito Rodrigues é
bragantino, ex-aluno e ex-professor do Instituto Santa Teresina. Historiador e professor
da Faculdade de História da UFPA, Campus
de Bragança.
Referências bibliográficas:
COLARES, Terezinha. O Missionário Feliz. Paragominas: Gráfica e Editora São
Marcos, 1997.
DOM ELISEU MARIA COROLI: Fundador da Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Teresinha. Bragança, 11 mai. 1997. 110 p. mimeo.
RAMOS, D. Alberto Gaudêncio. Cronologia Eclesiástica da Amazônia. Manaus: Tipografia Fênix, 1952. p. 205.
NONATO DA SILVA, Dário Benedito Rodrigues. Configuração Histórica do Período de fundação da Congregação das Irmãs Missionárias de Santa Teresinha. Artigo para a Semana Jubilar das Missionárias de Santa Teresinha. Bragança, 25. dez. 2003. mimeo.
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