sábado, 13 de fevereiro de 2010

O que é Carnaval?

O Carnaval é o período conhecidos por festas regidas pelo ano lunar, próprio do Cristianismo oriundo ainda na Idade Média. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante esse tempo, havia uma grande concentração de festejos populares, chamados vulgarmente de profanos, pela própria influência da Igreja Católica. Cada lugarejo ou localidade festejava a seu modo, de acordo com costumes locais e comuns.

O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi um dos principais modelo da festa que se espalhou pelo mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro puderam se inspirar em Paris para realizar suas festas carnavalescas.

A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, pela Igreja Católica no século XI, da Semana Santa, que era (e ainda o é!) antecedida por quarenta dias de jejum e abstinência à carne e aos pecados: o período da Quaresma. Esse longo período de privações incentivou a reunião de várias festas populares nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de "afastamento" dos prazeres da carne marcado pela expressão "carne vale", que, acabou por formar a palavra "carnaval".

Em geral, o Carnaval dura por 03 (três) dias, antecedentes à Quarta-feira de Cinzas, ou seja, Sábado, Domingo e Segunda-feira "gordas". Em contraste com a Quaresma, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras). Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval.

No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual. De acordo com o modo contemporâneo o carnaval ainda é considerado uma forma de festa bastante tradicional, pois persistiu por vários anos com o mesmo aspecto.

Com sua origem nas celebrações das colheitas dos povos da Antiguidade, o Carnaval chegou ao Brasil na Modernidade, trazido pelos portugueses. Já na Colônia, no século XVI, há relatos de escravos fantasiados e outros blocos de foliões, que saíam às ruas com a dança do Entrudo. No século XIX, foi a vez dos famosos Bailes que atiçaram o espírito dos brincalhões, especialmente no Rio de Janeiro, capital do Brasil de então. Depois disso, o Carnaval brasileiro deslanchou, com os Cordões, os Ranchos e, claro, as Escolas de Samba, bem como os Blocos de rua, que hoje parecem ter reencontrado a velha forma, ou não.

O Carnaval já foi tema também de inúmeros estudos na historiografia. Talvez o mais famoso deles seja o do filósofo russo Mikahil Bakhtin. Debruçando-se sobre os aspectos da cultura popular da Idade Média europeia, Bakhtin estudou aquilo que chamou de "carnavalização", os efeitos de uma festa popular antiga que desde há muito tempo subverte a ordem, o pecado e as alegorias do mundo cristão e pagão. Espécie de emancipação social, a carnavalização era para o autor uma linguagem simbólica, que evidencia a divergência entre o oficial e o não-oficioal, a ruptura com tudo o que é institucionalizado.

“O núcleo dessa cultura, isto é, o carnaval não é de maneira alguma a forma puramente artística do espetáculo teatral e, de forma geral, não entra no domínio da arte. Ele se situa nas fronteiras entre a arte e a vida. Na realidade, é a própria vida apresentada com os elementos característicos da representação”, disse Bakhtin. (BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec/ UnB 1999)

Ver mais de Carnaval em:

http://www.miniweb.com.br/cidadania/Dicas/carnaval.html

http://artes.com/carnaval/historia.html

Ler e ouvir músicas carnavalescas em:

http://www.miniweb.com.br/cidadania/Dicas/musicas_carnavalescas.html

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